O de Aluguel foi ao bairro do Brooklin em São Paulo para contar a história deste lar alugado e mostrar as soluções que ampliaram o espaço

Quando se estuda design, aprendemos sobre ergonomia e esse nome difícil nada mais é do que pensar produtos e objetos que sejam adequados ao tamanho das pessoas. Já parou para pensar que todas as cadeiras tem um tamanho médio? Não é mera coincidência, mas sim fruto da ergonomia. O tamanho das coisas é tão importante e ao mesmo tempo deixado de lado na hora de decorar.

Foi, justamente, o tamanho das coisas que me chamou atenção no apartamento da jornalista Vanessa Carvalho e do fotógrafo Rodrigo Rodrigues no bairro do Brooklin em São Paulo. O apartamento alugado pelo casal desde 2014 tem 50m² e tudo que está ali tem o tamanho exato para uma casa pequena: nem mais, nem menos. Esse “pequeno” acerto na hora de decorar faz o ambiente parecer muito maior do que é na verdade.

Casa com a cara da mãe

A Vanessa e o Rodrigo surgiram nessas coincidências da vida e fotografar e contar sobre a relação deles com a casa foi óbvio. “Eu já tive um apartamento próprio e ele não tinha identidade nenhuma, tinha a cara da minha mãe na verdade!”, conta Vanessa rindo. Em 2012 ela vendeu a casa própria, mudou-se para Goiânia e lá descobriu que casa não precisa ter cara de mãe, depois de alugar um apartamento que havia sido decorado por uma designer de interiores percebeu a diferença que é morar em um lugar com coisas do tamanho certo e, principalmente, com identidade.

De volta a São Paulo, decidiu que faria do apartamento recém-alugado o seu lar. “Eu pesquisei muito, as dicas para a gente decorar estão aí e quanto mais repertório e referência temos, mais fácil fica para tomar decisões”. E assim foi feito. Entrar na casa deles é único, justamente porque tudo ali reflete a identidade dos dois, desde o rack amarelo ao papel de parede autoadesivo, que imita tijolinhos brancos. “Eu não sou uma vítima da decoração, mas percebo que algumas tendências carregam identidade e aí é só conciliar o meu gosto com o do Rodrigo” comenta.

Decisões certeiras

As pesquisas que fez para decorar a fizeram tomar decisões que funcionaram, como a mesa com tampo de vidro, ideal para salas pequenas, o lustre centralizado na mesa de jantar e a iluminação pensada para criar cenários.

No banheiro algumas coisas deram certo, outras nem tanto e ai é que está a graça de decorar sozinho: pode funcionar, mas também pode dar errado e tá tudo bem! O box era de acrílico marrom e ela conta que não pensou duas vezes: vai sair! “Quando entrei aqui e vi aquele box escuro tinha certeza que ia colocar um de vidro, nem pensei!”. Já os azulejos, que eram beges, foram pintados de branco, mas a tinta descascou algum tempo depois e vida que segue!

O quarto já funcionou como home office dela e do marido, mas eles começaram a ter a impressão de que trabalhavam 24 horas por dia, por isso decidiram separar as coisas e hoje o quarto é apenas quarto.

Já na cozinha os armários aéreos foram comprados prontos, os azulejos são adesivos e o escorredor de louças é fixo na parede, três ideias ótimas para qualquer cozinha alugada. Sem contar a parede que tinha azulejos beges e foi pintada de branco com tinta especifica a base de água.

Minimalismo

Ela considera o casal minimalista e eu tive que concordar quando descobri que apenas um armário abriga as roupas dos dois, me senti a pessoas mais acumuladora do mundo! Além disso, na cozinha não existem utensílios em exagero e a cama é do tipo baú e os poucos excessos são guardados ali.

Ver como o outro vive é um privilégio, pois é ali que a sua personalidade é materializada, mesmo quando não nos damos conta disso. Quando alguém decide abrir a porta da sua casa está dando acesso a algo muito mais profundo do que objetos de decoração, mesas e cadeiras. No lar da Vanessa e do Rodrigo o azul e o amarelo que se complementam na sala são únicos, assim como os quadros do banheiro e as fronhas da cama: eles são o reflexo da sua personalidade como casal e das decisões que tomaram ao longo da vida.

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