Eles fizeram as contas e desistiram do apartamento na planta para morar de aluguel

Um reflexo: é assim que eu costumo enxergar as casas que visito. Elas refletem exatamente as pessoas que vivem ali, um pouco de conversa com os moradores e tudo começa a fazer sentido. Conhecer o outro e a maneira como ele vive se torna um exercício gostoso de compreender escolhas.

No apartamento alugado da Francielly e do Sérgio Hara, em Londrina, foi exatamente assim. A medida que eles me contavam sobre como chegaram ali e as escolhas que fizeram a casa toda passou a fazer sentido e uma palavra pode resumir tudo: cuidado.

Eles já haviam comprado um apartamento na planta e a data prevista para que a casa própria ficasse pronta era em setembro deste ano, no entanto eles nunca irão se mudar para o lugar que compraram. O cuidado com as finanças, fez com que eles refizessem as contas e chegassem a uma conclusão: o valor que pagariam no final do longo financiamento habitacional era alto demais para o imóvel que estavam adquirindo.

Cancelaram a compra e contra a vontade da família toda foram morar de aluguel. “Guardando o dinheiro sozinhos, em 10 anos nós teremos o valor suficiente para comprar um apartamento, muito mais rápido do que os 20 ou 30 anos de um financiamento” comenta Sérgio. “E se não quisermos comprar, podemos usar esse dinheiro para outra coisa!”completa Francielly.

A decisão pelo aluguel os fez transformar a casa alugada em um lar. Na sala de TV o sofá foi feito sob medida para encaixar na parede estreita, assim como os pufes e a cortina. Atrás da mesa de jantar uma parede inteira de stencil trás um ar irreverente e estiloso para a sala, obra feita pelo próprio casal.

Aliás, fazer as coisas com as próprias mãos é uma característica deles. Na sala, os spots de luz e os pendentes não existiam e foi ideia do Sérgio colocá-los ali, a esposa não concordou logo de cara e ele fez tudo escondido. “Na hora de pintar a parte da parede que precisamos abrir para passar a fiação ainda usamos a cor de tinta errada, ficou bem diferente do resto do apartamento” conta Sérgio rindo, que depois precisou pintar tudo de novo com a tinta certa.

No quarto e na cozinha uma solução simples fez toda a diferença: pintura, dessa vez na cor certa! No quarto, a meia parede cinza virou cabeceira e na cozinha a tinta preta fosca fez uma lousa surgir.

A surpresa ficou para o final, o quarto de hóspedes foi o último que entrei e nele uma mesa é o suporte para a outra habilidade do casal: o artesanato. Dali saem todos os tipo de coisas fofas que podem ser feitas com tecidos desde bonecas, fantasias até decoração para festas. A Francielly é policial militar e o Sérgio guarda municipal e quando não estão em seus trabalhos formais, estão transformando tecidos em arte e uma casa em um lar.

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